Meu amor,

Antes de que continues a fazer a tua vida como tens feito, quero recordar-te o nosso dia 26 de janeiro de 2009. Não foi a primeira vez que te vi. Costumas ler menos que um negativo, não me lembro do que levavas vestido, nem de que música estavas a ouvir, ou do tema que falamos. Na verdade, no momento, nunca tinha visto nada tão perfeito. Lembro-me perfeitamente de que pensei que tinha que ter-te comigo ou caso contrário, eu estaria acabada. Logo disseste que me amas, numa noite de inverno e de neve, senti-me tranquila e a salvo. Acontecesse o que acontecesse, a partir desse dia, as coisas não me podia correr mal, pois estavas comigo. Mais tarde cresci tal e como todos, separei-me de ti, e perdi o rumo da minha vida. Culpei-te dos meus fracassos. Sabes uma coisa? Quando és jovem, tudo parece ser o fim do Mundo. Mas não é bem assim. Talvez tenha que conhecer alguns filhos da mãe que me vão mudar completamente, ou talvez conheça a um rapaz que me trate como mereço ser tratada. Mas acho que agora não preciso disso. Sabes porquê? Porque não estou apaixonada por mais ninguém. Quando estás apaixonado, fazes o amor, e eu não consigo fazê-lo.

Já sei que estás cansado de ler isto, e sei que agora vais ignorar completamente o que te disse e vais continuar a fazer o que estavas a fazer, mesmo que não queira que o faças. Mas suponho que se realmente te amo ou amei, deveria afastar-me de ti.